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PREPARE O VOSSO CORAÇÃO
11 de
dezembro de 2001, terça-feira
Mc 1,3: “… preparai o caminho do Senhor,
tornai retas suas veredas”.
Prezado católico, estamos
aproximando do Santo Natal, dia em que celebramos o nascimento do
Menino Jesus, isto é, do Nosso Deus e Salvador, como está em Lc 2,
6-7: “Enquanto lá estavam, completaram-se os
dias para o parto, e ela deu à luz o seu filho primogênito,
envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia
um lugar para eles na sala”.
Hoje, infelizmente, o povo católico,
nem todos, mas grande maioria, se prepara para o Santo Natal, como
se o mesmo fosse uma festa pagã e totalmente voltada
para o materialismo.
Encontramos pessoas preocupadas,
correndo de um lado para outro, fazendo compras para toda a família,
queimando o décimo terceiro com bugigangas, torrando com ninharias o
dinheiro conseguido com tanto sacrifício. Presente para todos: para
a esposa, esposo, filhos, amigos, para a vovó, para o vovô, etc. E o
pior de tudo, é que o aniversariante do dia, que é o Menino Jesus,
não recebe nenhum presente; para esses católicos,, amantes da vida
material cabe muito bem essas palavras de Jo 1, 10:
“Ele estava no mundo e o mundo foi feito por
meio dele, mas o mundo não o reconheceu”, e no mesmo
evangelho 1,11 diz: “Veio para o que era seu
e os seus não receberam”.
Encontramos também, pessoas
preocupadíssimas em comprar caixas de cerveja e de vinho, em encher
a geladeira e o freezer de carnes de vaca, de porco e de frango, até
parece que o seu Deus é o bucho, como está em Fl 3,19:
“Seu fim é a destruição, seu Deus é o
ventre, sua gloria está no que é vergonhoso, e seus pensamentos no
que está sobre a terra”. É realmente algo assustador e digno
de nojo.
Contemplamos também donas de casa
preocupadas com a limpeza da prataria e das panelas, tudo deve estar
cem por cento limpo; também a casa deve passar por uma faxina geral,
inclusive por uma pintura; as teias de aranha que estavam no teto há
mais de dez meses, e a poeiras nas mobílias são tiradas com máximo
de zelo. Tudo deve estar impecável, muito limpo. Se você perguntar o
porquê daquela limpeza, a resposta é clara: É porque estou esperando
a “comadre Chica”, que vem do Ceará, ou então a “Tia
Querosina” que vai chegar do Piauí, ou é “mainha” que vem
da Bahia, etc., ninguém fala em Menino Jesus, que é para esperá-lO.
Tudo é exterioridade, mas por detrás está o pecado.
Prezado católico! Não é errado
limpar a casa ou preparar uma ceia moderada, isto é, sem bebedeira e
farra. Mas primeiro, deve preparar o seu coração. Jesus pretende
nascer nele, na manjedoura do seu coração, por isso, é preciso
prepará-lo bem; a preparação espiritual deve ser a principal.
O caminho pelo qual o Senhor deve
vir ao nosso coração no próximo Natal, talvez esteja agora impedido
pelas colinas do pecado, pelos males que simbolizam a ausência das
boas almas, pelas sendas tortuosas que, em vez de visarem direito ao
fim, pendem-se nos prazeres e nas lisonjas do mundo, como está em Is
40,3-4: “Uma voz clama: ‘no deserto, abri um
caminho para Deus, na estepe, aplanai uma vereda para o nosso Deus.
Seja entulhado todo vale, todo monte e toda colina sejam nivelados;
transformam-se os lugares escarpados em planície, e as elevações, em
largos vales”.
É realmente necessário preparar o
nosso coração para o Santo Natal.
A primeira atitude deve ser a
seguinte: derrubar as colinas do pecado com uma sincera confissão.
Caríssimo católico, é para ilusão festejar a vinda do salvador
enquanto o coração está ocupada pelo demônio. É um engano esperar a
luz do mundo, com o coração mergulhado nas trevas. Infeliz da alma
que não possui Jesus Cristo, a mesma não receberá a alegria que vem
do alto.
Prezado católico, veja o que São
Marcário escreve sobre a alma que não possui Deus, isto é, que vive
no pecado mortal: “Se uma casa não for
habitada pelo dono, ficará sepultada na escuridão, desonra e
desprezo, repleta de toda espécie de imundícia. Também a alma, sem a
presença de seu Deus e dos anjos que nela jubilavam, cobre-se com as
trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa
ignomínia… Ai da alma, se nela não passeia Deus e com sua voz
afugenta as feras espirituais da maldade. Ai da alma, se seu Senhor,
o Cristo, nela não habitar! Abandonada, encher-se-á com o mau cheiro
das paixões, virará moradia dos vícios”.
A Segunda atitude é praticar boas
obras. Não basta a confissão, se depois, com as boas obras, não se
continua a caminhar pelo caminho empreendido. Não adianta confessar
e depois cruzar os braços, é preciso trabalhar com perseverança e
com fervor. As boas obras que melhor nos preparam para o Santo Natal
são a oração e a esmola: a oração, porque sem ela, somos uma cidade
sem defesa; e esmola, porque no céu ela é preferida a qualquer
penitência corporal, como está em Is 58,6-8:
“Não sabes qual é o jejum que eu prefiro? Diz o Senhor: reparte o
teu pão com o faminto. Abriga os pobres sem asilo, veste quem se
acha nu. Não te subtraias às necessidades de teu irmão, então a tua
luz despontará como a aurora…”.
A terceira atitude, é vivermos um
pouco retirados, amando o deserto, isto é, o silêncio, a exemplo de
São João Batista. Devemos nos afastar dos divertimentos perigosos,
fugir das reuniões numerosas, afastar das companhias corruptoras,
etc., somente assim, poderemos viver cristamente, entre a nossa casa
e a igreja. Sem esta vontade de isolamento, os antigos maus hábitos
retornarão facilmente.
Prezado católico! Santo Antão disse
ao governador do Egito, que queria que ele ficasse com ele durante
um tempo: “Dá-se com o monge
o que se dá com o peixe: um morre se deixa a
água, o outro morre se deixa a sua solidão”.
Ao
cristão também sucede o que sucede ao peixe: um morre se deixa a
água, o outro morre para a graça se deixa à solidão da sua casa e da
sua igreja, e se expõe aos perigos e às seduções do mundo.
Pe.
Divino Antônio Lopes FP.
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MÁS COMPANHIAS
12 de dezembro de 2001, quarta-feira
1 Cor 15,33: “Não vos deixeis iludir: ‘As
más companhias corrompem os bons costumes”.
Prezado católico, é preciso tomar
muito cuidado com as más companhias, porque, como está na Palavra de
Deus, em 1 Cor 15,33: “As más companhias
corrompem os bons costumes”. A Bíblia nos ensina que a
convivência com os maus não é aconselhável, a pessoa acaba se
pervertendo, como está no Sl 17,27: “Vivendo
com santos, santo será, no meio dos maus perverter-te-ás”.
Caríssimo católico, é preciso fugir
das más companhias como se fossem cobras; porque são pessoas
perigosas que carregam o demônio no coração, como escreve o Pe.
Orlando Gambi: “Os falsos amigos não
envenenam os pratos, mas as palavras”.
Os pais têm o dever de proibir os
filhos de andarem com pessoas perigosas, com más companhias, com
esses rapazes ou moças que não possuem Deus. Os pais devem
aconselhar os filhos a exemplo de Tobias, que dizia ao seu filho
Tobit, como está em Tobias 4, 5-12: “Meu
filho, lembra-te do Senhor todos os dias e não queiras pecar e nem
transgredir seus mandamentos...guarda-te, meu filho, de toda
impureza”. Realmente caros pais, é preciso chamar a atenção
dos seus filhos e proibir que andem com certas amizades, porque eles
correm risco de cair no vício, isto é, de perder a inocência e
também de se condenarem eternamente. Em 2 Ts 3,6 ordena que fujamos
das más companhias: “Associai-vos como
irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, e ficai longe de qualquer
irmão, que tem sua vida em desordem”.
Prezado Católico! Um tomate podre
apodrece toda a caixa, isto é, estraga todos os tomates; o mesmo
acontece com uma amizade perigosa, ela estraga as pessoas que dela
se aproximam; essa pessoa em pouco tempo acaba desgraçando a vida de
seus filhos, levando-os para o caminho da prostituição, das drogas,
da bebedeira, do roubo, etc.
Quantos pais estão chorando e
sofrendo por causa dos filhos que antes eram dóceis e obedientes, e
agora por causa das más companhias, estão mergulhados na lama do
pecado e do vício, como está em Eclo 13,1:
“Quem lida com piche, suja a sua mão”, e por incrível que
pareça, eles preferem seguir o mau exemplo, deixando de lado os
amigos santos, como escreve São Gregório Nazianzeno:
“Mais fácil é contrair uma doença do que dela se curar. Assim acontece que
menos nos custa imitar o mau exemplo que outros nos dão, do que
deixar nos arrastar pelo seu bom exemplo”. É próprio da nossa
natureza corrompida, mais se deixar impressionar pelo mal do que
pelo bem.
Os filhos devem seguir os conselhos
dos pais que imploram dizendo: “Meu filho,
se pecadores quiserem te seduzir, não consintas! Se disserem: “Vem
conosco, façamos emboscadas mortais, gratuitamente, prendamos o
inocente;... Meus filhos, não os acompanhem em seu caminho, afasta
os teus pés dos seus trilhos, porque os teus pés correm para o mal,
apressam-se para derramar sangue” (Pr 1,10-11.15-16).
Infelizmente, não são somente os
jovens que caem no buraco por causa da má amizade, que deixam o
caminho da luz para seguirem o caminho das trevas, também as pessoas
casadas caem nessa armadilha.
Quantos homens casados, que hoje
estão na cadeia, por causa de crime, roubo, bebedeiras e outras
loucuras. São pessoas que antes eram responsáveis, verdadeiros pais
de família, cuidavam bem das esposas e dos filhos, trabalhavam com
empenho para sustentar a família, praticava a religião com fervor e
rezava sem respeito humano. Mas, depois que fizera amizade com
homens perigosos, isto é, homens que vivem longe de Deus e que não
cuidam da família, que passam boa parte do dia e da noite
alimentando da lama do mundo, então tudo se desabou, já não é mais
aquele bom pai de família, porque as más amizades o colocaram no
caminho da perdição, é por isso que em 1 Cor 15, 33 diz:
“As más companhias corrompem os bons
costumes”, é isso mesmo, as más companhias apodrecem,
pervertem os bons homens.
A má companhia é como um verme que
vai corroendo os bons costumes, infeliz daquele que aceita esse tipo
de amizade.
O mesmo acontece também com as
mulheres casadas. Muitas mulheres, mães de família deixam se
seduzirem pelas falsas amizades e pelas más companhias. Antes eram
pessoas responsáveis, que cuidavam com zelo da casa, se vestiam com
pudor, etc., mas assim que iniciaram a amizade com mulheres
desocupadas e vaidosas, tudo foi por água abaixo, perderam o amor
pela família e também o temor de Deus.
Aconselhadas pelas más companhias,
isto é, pelas amigas do demônio, deixaram de usar roupas decentes
para andarem seminuas; não rezam mais o terço, porque no lugar do
terço assistem às novelas imorais, não vão mais à igreja. porque o
lugar predileto das mesmas agora é o boteco, onde vão adorar a
“deusa” pinga.
Elas deixaram as famílias de lado,
já não educam mais os filhos e nem respeitam mais os maridos. Deus
também foi deixado de lado, Ele não tem mais lugar em seus corações,
elas ouvem e obedecem somente as más companhias, quer dizer, vivem
cegas.
Prezado católico, é preciso tomar
muito cuidado com as amizades, porque essas estão cheias de
falsidade. Em Eclo 37, 1 diz: “Todo amigo
diz: eu também sou teu amigo, mas há amigo que o é só de nome”,
e o Pe. Orlando Gambi, diz: “Os inimigos, em
geral, ficam longe, mas às vezes, o pior deles esta bem perto em
nome da amizade”. Realmente é preciso tomar muito cuidado com
a amizade. Existem pessoas que são amigas só quando precisam de
você, quando precisam de um favor, isto é, por interesse, como está
em Eclo 6, 10: “Há amigo que é companheiro
de mesa, mas que não será fiel no dia de tua tribulação”.
Caríssimo católico, para você
confiar em uma pessoa, em uma amizade, é preciso antes prová-la, é
preciso dar um tempo, como está em Eclo 6, 7:
“Se queres um amigo, adquire-o pela prova e
não te apresses em confiar nele”.
Pe, Divino Antônio Lopes FP.
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NÃO RENEGUE A CRISTO JESUS
13 de dezembro de 2001, quinta-feira
Mt 10,33: “Aquele porem que me renegar
diante dos homens, também o renegarei diante de meu pai que estas
nos céus”.
Prezado católico, o respeito humano
é o mal da nossa sociedade. É a vergonha de manifestar externamente
a nossa fé. Jesus Cristo não fica feliz quando alguém age dessa
forma, por isso, Ele fala com rigor:
“Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, também o renegarei
diante de meu Pai que está nos céus” (Mt 10, 33).
Caríssimo católico, somente de uma coisa você deve ter vergonha: de
praticar o mal. Entretanto te envergonhas, às vezes, do contrário:
de praticar o bem.
Você
não tem medo, prezado católico, de agir dessa maneira? Nós,
católicos, não podemos negar e rejeitar a Jesus Cristo; pelo
contrario, devemos professar a nossa fé abertamente e com convicção.
Jesus Cristo é o nosso Deus, como
está em Jo 20,28: “Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu
Senhor e meu Deus!”, e também em Rm 9,5 diz:
“Aos quais pertencem os patriarcas, e dos
quais descende o Cristo, segundo a carne, que é acima de tudo, Deus
bendito pelos séculos! Amem”.
Jesus Cristo é o nosso salvador,
como está em Fl 3, 20: “Mas a nossa cidade
está nos céus, de onde também esperamos ansiosamente como salvador o
Senhor Jesus Cristo”. Ele é também o nosso Rei, como está em
Jo 18,37: “… eu sou rei”. Porque,
prezado católico, você se envergonhar do nosso Deus, desse Deus
maravilhoso que morreu na Cruz para te salvar? Que derramou o seu
Sangue no Calvário para te libertar das mãos do demônio? Desse Deus
que ter protege, ampara e que cuida de você? Cuidado católico! Se
você não for amigo d’Ele agora, depois da morte Ele não será seu
amigo. Se você quiser que Cristo seja o seu amigo na hora da morte,
seja amigo d’Ele agora. Ele, o nosso Deus, fala com rigor:
“Aquele, porém, que me renegar diante dos
homens, também o renegarei diante de meu Pai que está nos céus”
(Mt 10,33). Será que você faz parte desse grupo de pessoas
que abraça o mundo, e que vira as costas para Jesus Cristo? Você que
abandonou Jesus Cristo por vergonha e respeito humano, volte para
Ele enquanto e tempo, volte para o teu primeiro amor, como está em
Ap 2,4-5: “Devo reprovar-te, contudo, por
teres abandonado teu primeiro amor. Recorda-te, pois, de onde
caíste, converte-te e retoma a conduta de outrora”.
O respeito humano é uma covardia,
uma falta de caráter. É preciso pregar a verdade, mas, infelizmente,
por medo de ofender os ouvintes, a maioria dos sacerdotes deixa de
pregá-la. Caríssimos católicos, precisamos tirar do coração o
respeito humano; na Carta aos Gálatas 1,10 diz:
“É porventura o favor dos homens que agora
eu busco, ou o favor de Deus? Ou procuro agradar aos homens? Se eu
quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo”
.
A Igreja Católica é atacada, a
Virgem Maria é criticada, a Bíblia é ridicularizada, etc., e você,
católico, fica calado e com medo de desmascarar os inimigos?
Enquanto milhares de pessoas usam
roupas imorais, você se envergonha de vestir como uma verdadeira
cristã? Muitos não têm vergonha de passar horas e horas nos botecos,
e você tem vergonha de entrar na igreja para adorar a Deus? Milhares
olham revistas imorais, e você sente vergonha de ler publicamente a
Bíblia ou a vida dos Santos? Prezado Católico, será que você é
realmente um seguidor de Cristo Jesus? Leia o que escreve São Paulo
aos Rm 1,21: “Pois, tendo conhecido a Deus,
não o honraram como Deus nem lhe renderam graças; pelo contrário,
eles se perderam em vãos arrazoados, seu coração insensato ficou nas
trevas”.
O respeito humano é também uma
escravidão. Você, caríssimo católico, que tanto fala em liberdade,
que tanto apego lhe tem; que se propôs viver de princípios e
verdades, deixa-se pouco a pouco governar pelo capricho dos outros e
pela dissimulação. Você que para evitar críticas e censuras dos
homens, sujeita-se a condenar a verdade, com o seu silêncio, e assim
vai aprovando as máximas do mundo, e essa escravidão pode levar-te
ao inferno.
O respeito humano é também uma
apostasia. O que deve triunfar em nós é o amor de Deus. Ora, pelo
respeito humano, nós o sacrificamos. Foi o pecado, em que caiu São
Pedro, quando enfrentado por uma mulher do povo, que indagava sobre
suas relações como o Mestre, como está Mt 26,74:
“Então, ele começou a praguejar e a jurar,
dizendo: não conheço o homem!”.
Prezado católico, toda a vida de
Jesus Cristo esta cheia de unidade e de firmeza. Nunca o vemos
vacilar. Diz Karl Adam: “Durante todo o seu
ministério, nunca foi visto a calcular, hesitar, voltar atrás”.
E Ele, o Senhor forte e corajoso,
pede a você católico, que o siga com vontade firme em qualquer
situação. Prezado católico, deixar-se levar pelo respeito humano é
próprio de pessoas que possuem uma formação superficial, sem
critérios claros, sem convicções profundas, ou de caráter débil,
isto é, fraco.
Caríssimo católico, é melhor ouvir
uma zombaria por parte dos homens, por estar seguindo a lei de Deus,
do que, por não cumpri-la, ter de ouvir dos lábios divino as
terríveis palavras: “Apartai-vos de mim,
maldito, para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus
anjos” (Mt 25,41).
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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O CIGARRO
17 de dezembro de 2001,
segunda-feira
1 Cor 9,27: “Trato duramente o meu corpo e
reduzo-o a servidão”.
Nesse trecho da palavra de Deus, o
grande Apóstolo São Paulo lembra a luta ascética, o esforço que cada
pessoa deve fazer e travar para eliminar os vícios que a escraviza.
São Paulo Apóstolo fala da necessidade da mortificação do próprio
corpo e das más inclinações.
Caríssimo católico, o suicida sabe
perfeitamente que com o cano de um revólver apontado para a sua
cabeça, o simples apertar do gatilho provocará a sua morte imediata;
na mesma medida o fumante, isto é, aquele que usa do cigarro, sabe
que está destruindo lenta e progressivamente a sua própria vida cada
vez que acende um cigarro. O cigarro é a chupeta do demônio.
Sabemos que milhares e milhares de
fumantes continuam com o cigarro preso aos lábios, diminuindo cada
dia a sua vida, esperando o doloroso e talvez, longo sofrimento, que
antecipa a morte causada pelo câncer pulmonar. Existe uma definição
humorística de um inimigo do cigarro, do hábito de fumar:
“O cigarro é um bastãozinho branco com uma
brasa numa ponta e um idiota na outra”. Veja que definição
espetacular! Ele tem toda razão; aquele que queima dinheiro e compra
o câncer, é realmente um idiota.
Você que é fumante, abandone o
cigarro enquanto é tempo, enquanto está vivo, enquanto o câncer
ainda não chegou até você. Na crise financeira que o Brasil está
passando, deixar de comprar arroz, feijão, carne, etc., para a sua
família, e comprar cigarro, isto é, queimar dinheiro, é uma loucura.
Comprar cigarro é o mesmo que jogar dinheiro fora, é comprar o
câncer.
Não é correto trabalhar e depois
queimar o dinheiro.
Prezado católico, em 1 Cor 9,27 diz:
“Trato duramente o meu corpo e reduzo-o a
servidão”. Devemos tratar duramente o nosso corpo com
mortificações, penitências e renúncias; abandonando todos os vícios,
principalmente o de fumar. O cigarro escraviza o fumante, é um
veneno, por isso, é preciso tratar duramente o corpo através da
renúncia.
É estranho um cristão fumar.
Enquanto, professa que crê em Deus, na sua Santa Palavra, etc., dá
lugar ao vício de fumar. O cristão convicto sabe muito bem que é
pecado prejudicar a saúde, pois é uma forma de suicídio lento, e
sabemos que é dever conservar a saúde, como está no Catecismo da
Igreja Católica, no nº 2288: “A vida e a
saúde física são bens preciosos doados por Deus. Devemos cuidar
delas com equilíbrio, levando em conta as necessidades, alheias e o
bem comum”, e o mesmo Catecismo no nº 2290, diz:
“A virtude da temperança manda evitar toda
espécie de excesso, o abuso da comida, do álcool, do fumo e dos
medicamentos…”.
Infelizmente, os que se dizem
cristãos, não querem saber de renúncias ou preceitos que põem
restrições aos seus apetites. São pessoas fracas para disciplinar
seus hábitos, e assim, vão se suicidando lenta e conscientemente,
porque, cada cigarro que se coloca na boca, você tem mais ou menos
trinta minutos a menos em sua vida. Fumante, você não é um dragão
para soltar fumaça pela boca ou pelo nariz, é sim, um seguidor de
cristo. Como cristãos, devemos ter em nossa mente, que os órgãos e
faculdades de que somos dotados, nos foram dados pelo Criador do
Universo, a fim de serem usados exclusivamente para os fins que nos
foram dados. Se depois envenenamos voluntária e conscientemente
nosso corpo e entorpecemos nossa mente, não cumprimos o propósito
com que Deus nos criou, como está em Rm 8,14:
“Todos que são conduzidos pelo Espírito de
Deus, são filhos de Deus”. Sabemos que o Espírito de Deus não
guia nenhuma pessoa para cometer suicídio lento, como faz o fumante.
Fumar é suicidar-se lentamente.
Os pais que fumam, dão mau exemplo
aos filhos, e assim, eles não possuem força moral para proibi-los de
fumar.
Prezado católico, o fumo encurta a
vida. O indivíduo que fuma um maço de cigarro por dia, encurta sua
vida numa proporção de 34 minutos por cigarro, ou seja, 12:45
minutos, por maço. Um cigarro custa, portanto, pouco mais de meia
hora de vida.
Será que vale a pena beber desse
veneno? Destruir a sua vida usando desse bastãozinho que tem uma
brasa na ponta e um idiota na outra? Sabemos também que o fumo causa
falta de higiene. O vício de fumar é uma praga muito generalizada:
na loja, o balconista atende os fregueses fumando, isso é ridículo e
mal educado; o barbeiro fuma enquanto atende o seu cliente e não
pergunta se está atrapalhando; em certos restaurantes, o garçom
serve a comida fumando; o padeiro fuma enquanto assa o pão; fuma o
cozinheiro enquanto prepara a comida; fuma o professor lecionando,
fuma o médico atendendo o paciente, etc. E se o fumante é grosseiro,
isto é, sem educação, a situação se complica; ele escarra e joga no
chão, começa a cuspir em toda parte: no ônibus, no metrô, no trem,
etc., causando nojo nas pessoas. A roupa do fumante fede cigarro
devido aos fragmentos do tabaco que ficam nos bolsos, e também
devido a fumaça. A cama do fumante, especialmente o travesseiro,
exala o mau cheiro do cigarro, as unhas e os dedos ficam amarelados.
O bigode do fumante fica amarelo e exala um mau cheiro terrível.
Quando o fumante pega no telefone, ali fica a sua marca, marca que
causa vômito.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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REZAR SEMPRE
18 de dezembro de 2001, terça-feira
Lc 18,1: “Contou-lhes ainda uma parábola
para mostrar a necessidade de orar sempre, sem jamais esmorecer”.
Prezado católico, Jesus Cristo nos
convida a rezar sempre, a rezar continuamente sem jamais
esmorecermos.
A oração é a elevação da alma a
Deus, para adorá-lO, agradecer-Lhe os benefícios e pedir as graças
de que necessitamos.
Caríssimo católico, é necessário
fazer oração freqüentemente, porque Jesus Cristo o ordena, e o nosso
bem, temporal e eterno, o exige.
Existem pessoas preguiçosas que não
gostam de rezar, que passam boa parte do dia olhando televisão ou
conversando coisas vazias, e não reservam nenhum minuto para Deus.
Essas pessoas afirmam continuamente que não é preciso rezar muito,
que isso é exagero; mostrarei em seguida que é necessário rezar
muito, porque é vontade de Deus e está na Bíblia. Além da passagem
de Lc 18,1: “Contou-lhes ainda uma parábola
para mostrar a necessidade de orar sempre, sem jamais esmorecer”,
temos outras: em 1 Ts 5,17 diz: “Orai sem
cessar”, na mesma Carta 2,13 diz:
“Por esta razão é que sem cessar agradecemos a Deus…”, em Rm
1,9-10 diz: “… É testemunha de como me
lembro continuamente de vós em minhas orações…”, na mesma
Carta, 12,12 diz: “Alegrando-vos na
esperança, perseverando na tribulação, assíduos na oração”,
em Ef 6,18 diz: “… orai em todo tempo…”,
em Cl 4, 2 diz: “Perseverai na oração…”,
em 1 Tm 2, 8: “Quero, portanto, que os
homens orem em todo lugar…”, e na mesma Carta 5,5 diz:
“Aquela que é verdadeiramente viúva, que
permaneceu sozinha, põe a sua confiança em Deus e persevera em
súplicas e orações dia e noite”, e em 2 Tm 1,3 diz:
“Dou graças a Deus, a quem sirvo em
continuidade com meus antepassados, com consciência pura, quando sem
cessar, noite e dia, me recordo de ti em minhas orações”.
Caríssimo católico, essas passagens
da Bíblia derrubam por terra os argumentos dos preguiçosos que não
gostam de rezar, que não gostam de dialogar com Deus.
E agora, para calar ainda mais a
boca desses preguiçosos, para arrolhar para sempre a boca desses
amigos da vida vazia e cômoda, desses inimigos da oração, citarei
algumas passagens bíblicas onde mostram que Jesus Cristo, sendo
Deus, passava noites inteiras em oração: em Mt 14,23 diz:
“Tendo-as despedido, subiu ao monte, a fim
de orar a sós. Ao chegar a tarde, estava ali sozinho”, em Mc
1, 35 diz: “De madrugada, estando ainda
escuro, ele se levantou e retirou-se para um lugar deserto e ali
orava”, e em Lc 5,16 diz: “Ele,
porém, permanecia retirado em lugares desertos e orava”, em
Lc 6,12 diz: “Naqueles dias, ele foi à
montanha para orar e passou a noite inteira em oração a Deus”,
em Mc 6,46 diz: “E, deixando-os, ele foi à
montanha para orar”.
Alguém poderia perguntar: Como Jesus
Cristo, sendo Deus, faz oração? Em Cristo há duas vontades, uma
divina e outra humana (cfr. Catecismo Maior nº 91), e ainda que pela
Sua vontade divina era onipotente, não assim pela Sua vontade
humana. O que fazemos na oração de petição é manifestar a nossa
vontade diante de Deus, e por isso Cristo, semelhante em tudo a nós,
menos no pecado (Hb 4, 15), devia rezar também como homem
(cfr. Suma
Teológica, III, q.21, ar.1). Ao contemplar Jesus em oração, Santo
Ambrósio comenta: “O senhor ora não para
pedir por Ele, mas para interceder em meu favor; pois ainda que o
Pai tenha posto todas as coisas à disposição do Filho, contudo o
Filho, para realizar plenamente a Sua condição de homem, julga
oportuno implorar ao Pai por nós, pois Ele é o nosso Advogado (…)
Mestre de obediência, instrui-nos como seu exemplo nos preceitos da
virtude”.
Prezado católico, é preciso rezar
muito e com o máximo de piedade, porque, como escreve Santo Afonso
Maria de Ligório: “Sem o socorro da graça,
nada de bom podemos fazer”, e Jesus Cristo diz em Jo 15, 5:
“Sem mim nada podeis fazer”.
Santo Agostinho nota sobre essas palavras que Jesus Cristo, não
disse “nada pode cumprir”,
mas, “nada podeis fazer”. Está claro
que sem a graça, nem mesmo podemos começar a fazer o bem.
Caríssimo católico, na planura de
Rafidim, um poderoso exército de amalecitas assentava acampamento
contra Israel, e um grande pavor difundira-se no povo do Senhor.
Então Moisés disse:
“não temais”.
E, no dia da batalha, ele, velho,
subiu ao monte, e, tendo na mão a vara de Deus, estendia os braços
ao céu, orando.
Em baixo, nesse ínterim, Josué com
seus homens exterminava o inimigo.
Mas, apenas Moisés, cansado, não
podendo mais suster os braços naquela posição, os abaixava, eis que
os amalecidas, com berros de selvagem alegria, levavam a melhor,
como está em Ex 17,11: “E enquanto Moisés
ficava com as mãos levantadas, Israel prevalecia, quando porém,
abaixada as mãos, prevalecia Amalec”.
Foi necessário que Aarão e Hur
sustentassem no alto as mãos trêmulas de Moisés, e ele rezasse ate o
pôr do sol. Só assim saiu vencedor, como está em Ex 17,12-13:
“Ora, as mãos de Moisés estavam pesadas,
tomando então uma pedra puseram-na debaixo dele e ele se sentou;
Aarão e Hur sustentavam-lhe as mãos, um de um lado e o outro do
outro. Assim as suas mãos ficaram firmes até o pôr do sol. E Josué
pôs em fuga Amalec e seu povo ao fio da espada”.
Prezado católico, também a nossa
vida é um combate. Por toda parte estamos cercados de amalecitas, os
inimigos da nossa alma; o mundo e as suas três concupiscências, o
demônio com as suas seduções e as nossas paixões rebeldes.
A natureza humana é fraca, e, por
causa da ferida do pecado original, ficou como uma convalescente. O
único meio de nos salvar é subirmos o monte e rezarmos com a fé e
com a constância de Moisés.
O próprio Jesus no-lo inculca:
“Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação…” (Mt 26,41). E, em Lc 18,1 se lê:
“É preciso orar sempre”.
Não é um conselho, não é uma coisa
útil, mas é uma ordem, uma necessidade: “É
necessário orar sempre” (Lc 18, 1).
Eis o porquê São Francisco de Assis
rezava noites inteiras, gemendo: “Meus Deus!
Meu Tudo!” E Santo Afonso Maria de Ligorio dizia com
convicção: “Quem reza se salva, quem não
reza se condena”.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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26 |
VIGIAI E ORAI
19 de dezembro de 2001, quarta-feira
Mt 26,41:
“Vigiai e orai para que não entreis em
tentação…”
Prezado católico, é necessário rezar
muito, assim como o alimento material é necessário para o corpo, a
oração é necessária para a alma. São João Maria Vianney escreve:
“A oração é para a nossa alma o que a chuva
é para a terra. Podeis adubar uma terra quanto quiserdes, mas, se
falta a chuva, tudo o que fizerdes não servirá para nada. Assim,
podeis fazer as boas obras que quiserdes, mas jamais sereis salvos
se não rezardes com freqüência e como se deve; porque a oração abre
os olhos de nossa alma e faz que ela sinta a grandeza de sua
miséria, a necessidade de recorrer a Deus; faz que tema a sua
fraqueza”.
Católico, São Basílio Magno, São
João Crisóstomo, Clemente de Alexandria e outros, como o próprio
Santo Agostinho, ensinam que a oração para os adultos é necessária,
não somente por ser um mandamento de Deus, como também por ser um
meio necessário para a salvação, por isso, escreve Santo Afonso
Maria de Ligorio: “… é impossível que um
cristão se salve sem pedir as graças necessárias para a salvação”,
e Santo Tomás de Aquino escreve: “Depois do
batismo, a oração contínua é necessária ao homem para poder entrar
no céu”, e Santo Afonso Maria de Ligório também ensina:
“Sem o auxilio de Deus, não podemos resistir
a tantos e tais inimigos. Ora, este auxilio divino só se consegue
pela oração. Logo, sem oração, não há salvação”, e o
catecismo da Igreja Católica, no nº 2744 diz:
“Orar é uma necessidade vital. A prova
contrária não é menos convincente: se não nos deixarmos levar pelo
Espírito, cairemos de novo na escravidão do pecado. Como o espírito
santo, pode ser ‘nossa Vida’, se nosso coração esta longe dele?”
e São João Crisóstomo ensina: “Nada se
compara em valor à oração; ela torna possível o que é impossível,
fácil o que é difícil. É impossível que caia em pecado o homem que
reza”.
Infeliz de quem não reza, a sua alma
fica mais seca que um deserto; a mesma torna-se árida, e assemelha a
um jardim sem flores. Quem não reza vive mergulhado na infelicidade,
e sua alma se assemelha-a um paralítico.
Caríssimo católico, é importante
saber, que a oração é o único meio para se receber as graças
divinas, como escreve Santo Tomás de Aquino:
“… todas as graças que o Senhor, desde toda eternidade, determinou
conceder-nos, não as quer conceder a não ser por meio da oração”.
O mesmo ensina São Gregrio Magno: “Pela
oração, merecem os homens receber o que Deus, desde a eternidade,
determinou conceder-lhes”.
Somos pobres e mendigos, que tanto
temos, quanto recebemos de Deus como esmola, como está no Sl 40,18:
“Quanto a mim, sou pobre e indigente, mas o
Senhor cuida de mim”. E Santo Agostinho escreve:
“O Senhor bem deseja e quer dispensar-nos as
suas graças. Contudo não quer dispensá-las, senão a quem lhe pedir”,
e o próprio Jesus Cristo ensina: “Pedi e
dar-se-vos-á” (Mt 7, 7), e Santa Tereza d’Avila diz:
“Quem não pede não recebe”.
São João Crisóstomo ensina:
“Assim como a umidade é necessária às
plantas para não secarem, assim nos é necessária à oração para nos
salvarmos”, e o mesmo Santo ainda diz:
“Assim como a alma dá a vida ao corpo, assim
também a oração mantém a vida da alma”.
Prezado católico, o grande São João
Crisóstomo diz também: “Assim como o corpo
não pode viver sem a alma, assim a alma sem a oração esta morta e
exala mal cheiro”. Sabe por quê? Exala mal cheiro, porque
quem deixa de recomendar-se a Deus, logo começa a corromper-se. A
oração é ainda o alimento da alma, porque assim como o corpo não se
pode sustentar sem alimento, assim, sem a oração, não se pode
conservar a vida da alma. Como o corpo, pela comida, assim a alma do
homem é conservada pela oração.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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27 |
ORAÇÃO CONSTANTE
20 de dezembro de 2001, quinta-feira
1 Ts 5,17: “Orai sem cessar”.
Prezado católico, é preciso rezar
muito e com perseverança, como está em 1 Ts 5,17:
“Orai sem cessar”. São Jerônimo
escreve: “O Apóstolo manda-nos orar sempre.
Para os santos, o próprio sono é a oração. Todavia, devemos ter umas
horas de oração bem repartidas de modo que, se estamos absorvidos
por algum trabalho, o mesmo horário nos admoeste a cumprir o nosso
dever” (Epístola 22,37).
Católico, você deve conversar mais
com Deus, porque, rezar é dialogar como o nosso Bom Pai. É
importante viver em contínua união com Ele, isto é, viver mergulhado
no seu amor. O Bem–aventurado Josemaría Escrivá diz:
“A vida cristã deve ser vida de oração
constante, que procura estar na presença do Senhor da manhã até a
noite e da noite até a manhã. O cristão nunca é um homem solitário,
posto que vive numa conversa contínua com Deus, que está junto de
nós e nos céus (…). No meio das ocupações de cada jornada, no
momento de vencer a tendência para o egoísmo, ao sentir a alegria da
amizade com os outros homens, em todos esses instantes o cristão
deve reencontrar Deus” (Cristo que passa, nº 116).
Prezado católico, realmente é
preciso rezar em todo o tempo e não desfalecer, como está em Ef 6,
18: “… orai em todo tempo…”.
Por que rezamos?
1º. Devemos rezar, antes de mais,
porque cremos em Deus. Com efeito, a oração é o reconhecimento dos
nossos limites e da nossa dependência: Vimos de Deus, somos de Deus
e retornamos a Deus. Portanto, não podemos deixar de nos
abandonarmos n’Ele, nosso Criador e Senhor, com plena e total
confiança, como está no Sl 40,18: “Quanto a
mim, sou pobre e indigente, mas o Senhor cuida de mim. Tu és, meu
auxilio e salvação; Deus meu, não demoreis!”, e no Sl 39,5
diz: “Feliz é este homem cuja confiança é
Deus”, e no Sl 37,5 diz: “Entrega teu
caminho a Deus, confia nele e ele agirá”. Católico, a oração
e, antes de mais, um ato de inteligência, um sentimento de humildade
e de reconhecimento, uma atitude de confiança e de abandono n’Aquele
que nos deu a vida por amor. A oração é um dialogo misterioso, mas
real, com Deus, um diálogo de confiança e de amor.
2º. Somos cristãos e por isto
devemos rezar como cristãos. Efetivamente, a oração para o cristão
adquire uma característica particular que muda totalmente a sua
natureza íntima e seu valor íntimo. O cristão é discípulo de Jesus;
é o que crê verdadeiramente que Jesus é o Verbo Encarnado; o Filho
de Deus, vindo entre nós a esta terra.
Como homem, a vida de Jesus foi uma
oração contínua, um ato contínuo de adoração e de amor ao Pai, e
porque a expressão máxima da oração é o sacrifício, o apogeu da
oração de Jesus é o sacrifício da cruz, antecipado com a Eucaristia
na Última Ceia e transmitido a todos os séculos com a Santa Missa.
O Papa João Paulo II escreve:
“Por isto o cristão sabe que a sua oração é
Jesus; toda a sua oração parte de Jesus; é Ele quem ora em nós,
conosco e por nós. Todos os que crêem em Deus, oram; mas o cristão
ora em Jesus Cristo: Cristo é a nossa oração”.
3º. Finalmente, devemos rezar também
porque somos frágeis e culpáveis. É preciso reconhecer com humildade
que somos pobres criaturas, com idéias confusas, frágeis e débeis,
com necessidade contínua de força interior e de consolação.
Prezado católico, a oração dá força
para os grandes ideais, para manter a fé, a caridade, a pureza, a
generosidade; a oração dá ânimo para sair da indiferença e da culpa,
se por desgraça se cedeu à tentação e à debilidade; a oração dá luz
para ver e julgar os acontecimentos da própria vida e da própria
historia na perspectiva salvífica de Deus e da eternidade. Por isto,
não deixeis de rezar! Não passe um dia sem que tenhais rezado! A
oração é um dever, mas também é uma grande alegria, porque é um
diálogo com Deus por meio de Jesus Cristo!
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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28 |
PRESENTEIE O MENINO
JESUS
24 de dezembro
de 2001, segunda-feira
Sl 73, 25:
“Contigo, nada mais me agrada na terra”.
Prezado católico, estamos na véspera
do Santo Natal, e a nossa preocupação única deve ser: presentear o
Menino Jesus, buscando a santidade continuamente, não aceitar outro
amor fora d’Ele, porque, somente ele é capaz de preencher o vazio do
nosso coração.
O Menino Jesus quer que você seja
santo, que faça um propósito firme de buscar a santidade de vida, de
unir-se a Ele, ao ponto de dizer com sinceridade:
“Contigo, nada mais me agrada na terra”
(Sl 73, 25).
Aquele que busca a santidade,
trabalha continuamente para possuir Jesus Cristo, como está em Fl 3,
8: “Por ele, eu perdi tudo e tudo tenho como
esterco, para ganhar a Cristo”. Abandona também tudo aquilo
que o mundo oferece, para ficar com Jesus Cristo que é a verdadeira
riqueza, aquela que não acabará nunca, como escreve Santo Afonso
Maria de Ligório: “Quem só quer Deus, é rico
de todos os bens”.
O católico que luta para ser santo,
foge do mundo, porque sabe muito bem que o mundo odeia os santos, e
também é inimigo dos seguidores de Jesus Cristo, como está em Tg 4,
4: “Adúlteros, não sabeis que a amizade com
o mundo é inimizade com Deus? Assim, todo aquele que quiser ser
amigo do mundo torna-se inimigo de Deus”, e em 1 Jo 2, 15
diz: “Não ameis o mundo nem o que há no
mundo. Se alguém ama o mundo, não está nele o amor do Pai”.
O maior
presente que você pode oferecer para o Menino Jesus, é essa decisão
de santificar-se, isso é, de viver de acordo com a vontade Deus,
levando Deus e o Santo Evangelho a sério.
A santidade, não é um privilégio de
um grupo de pessoas, mas é o dever de todos, e é o próprio Deus que
ordena que sejamos santos, como podemos conferir nas seguintes
passagens: “Sede santos, porque eu, o Senhor
vosso Deus, sou santo” (Lv 19, 2), em Mt 5, 48 diz:
“Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso
Pai celeste é perfeito”, 1Ts 4, 3 também diz:
“Porquanto, é esta a vontade de Deus: a
vossa santificação”, na mesma Carta 4, 7 diz:
“Pois Deus não nos chamou para a impureza,
mas sim para a santidade”, e na Carta aos Hebreus 12, 14 está
escrito:
“Procurai a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá
o Senhor”.
O Decreto Lumen Gentium, n.º 39 diz:
“Todos na Igreja, quer pertençam à
hierarquia, quer sejam por ela dirigidos, são chamados à santidade…
O Senhor Jesus, mestre e modelo divino de toda perfeição, a todos e
a cada um dos seus discípulos, de qualquer condição, pregou a
Santidade de vida, de que ele mesmo é o autor e consumador”.
O Santo é amigo íntimo de Jesus
Cristo, ele não busca a alegria passageira do mundo, porque, Deus
está no seu coração; Deus é alegria eterna e a verdadeira riqueza.
Os Santos estão no céu, porque foram pessoas resolutas, decididas,
se entregaram de corpo e alma a Deus, não dividiram o coração com o
mundo e muito menos com o pecado.
Prezado católico, muitas pessoas já
tomaram as suas resoluções: vão fazer faculdade, montar uma
confecção, jogar futebol no exterior, etc. São boas resoluções, mas
falta uma, sem essa não adianta estudo, nem confecção, nem esporte:
A decisão de ser santo! É essa decisão que o Menino Jesus espera de
você na véspera desse Santo Natal.
Caríssimo católico, a vida é breve;
não deixe para tomar essa decisão depois ou no ano que vem; o que o
mundo oferece é tudo vaidade e vazio, como escreve Tomás de Kempis:
“Vaidade das vaidades e tudo vaidade; exceto
amar a Deus, e só a ele servir”.
Seja sábio, faça hoje o propósito de
ser santo, de viver só para Deus, de amá-lO sobre todas as coisas,
confiar n’Ele, ser o seu amigo íntimo; somente assim você será uma
pessoa sábia, como escreve Tomás de Kempis:
“A suprema sabedoria consiste em procurar o reino dos céus pelo
desprezo do mundo”.
Prezado católico, os santos diziam
com alegria:
Por que buscar a riqueza no mundo,
sendo que Cristo Jesus é a nossa maior riqueza?
Por que se apoiar nos homens,
criaturas falsas e perigosas, sendo que Cristo, o Deus sincero, nos
sustenta dia e noite?
Por que
buscar os banquetes das grandes festas pagãs, sendo que Jesus
Eucarístico, o pão dos Anjos, mata a nossa fome espiritual?
Por que conversar tanto com as
criaturas, sendo que Jesus Cristo, o melhor Amigo, está sempre
conosco, convidando-nos para um diálogo de amor e de santidade?
Por que buscar o barulho do mundo,
sendo que o Deus do silêncio reina em nossas almas?
Caríssimo católico, ser santo não é
um conselho, uma conveniência, é uma necessidade. Ser santo é um
dever, é uma lei divina, um dos muitos preceitos que Jesus Cristo
nos deixou no Evangelho: “Sede perfeitos
como o vosso Pai celestial é perfeito” (Mt 5, 48).
Católico, tome essa decisão, porque
ela realmente agrada ao Menino Jesus: ser santo, viver somente para
Jesus Cristo, ao ponto de dizer com sinceridade, isto é, com a boca
e com a vida: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”
(Gl 2, 20).
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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29 |
NÃO HAVIA LUGAR
25 de dezembro de 2001, terça-feira
Lc 2, 7:
“… envolveu-o com faixas e reclinou-o
numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na sala”.
Prezado católico, quando um rei ou um
governante de nome, isto é, importante, vai visitar uma cidade ou
região, o povo daquele lugar se prepara com o máximo de zelo, e
gasta grande soma em dinheiro para que o governante possa receber o
melhor. Para o mesmo é preparada a melhor comida, a melhor casa, o
melhor carro, etc.
Com Jesus não foi assim, com o Nosso
Amado Senhor e Salvador foi totalmente o contrário.
São José e a Santíssima Virgem
entraram em Belém; a Mãe Puríssima trazia em seu ventre o Salvador
do mundo, não um simples rei, mas o Rei dos reis, não um simples
Senhor, mas o Senhor dos senhores. O casal puríssimo entra na
cidade; mas quem os reconhece? Quem lhes vai ao encontro? Quem lhes
oferece agasalho? Ninguém! Em Jo 1, 11:
“Veio para o que era seu e os seus não o receberam”. Esse
humilde casal era pobre, e como pobres foram desprezados, ou melhor,
foram tratados ainda pior do que os outros pobres.
Quando chegaram em Belém, a
Santíssima Virgem entendeu que se aproximava a hora de seu parto.
Ela avisou o seu puríssimo esposo São José, e ele, saiu de casa em
casa, procurando um lugar onde a Bendita Esposa pudesse dar a luz,
mas foi em vão, ninguém quis oferecer-lhe um abrigo, e quem sabe,
ele, o esposo da Santíssima Virgem, teve que sofrer algumas
humilhações por parte dos duros de coração.
E São José, para não passar a noite
no meio da rua, viu-se obrigado a levar a Virgem Maria à hospedaria
pública, onde já muitos pobres se tinham abrigado para a noite. Mas
para a surpresa do Bendito casal, ali também não foram aceitos, como
está em Lc 2, 7: “Não havia lugar para eles
na estalagem”. Havia sim, lugar para todos, menos para Jesus
Cristo. Realmente, prezado católico, foi um acontecimento muito
triste.
A estalagem de Belém é figura
daqueles corações ingratos e indiferentes que dão acolhida a tantas
criaturas miseráveis e não a Deus, daqueles corações que estão
abertos para o mundo e fechados para Deus. Quantos amam os parentes,
os amigos, até os animais, mas não amam a Jesus Cristo e nenhum caso
fazem de sua graça e de seu amor, essas pessoas jamais serão
felizes, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório:
“Tudo o que não se faz para Deus,
transforma-se em sofrimento”.
E você caríssimo católico, como está
sendo o seu Natal? Você aceitou Jesus Cristo em seu coração? Você
fez uma boa confissão? Você fez o propósito de pertencer somente a
Ele? Ou ainda está com o coração cheio dos espinhos do pecado e das
pedras da ingratidão.
Se Cristo não nasceu no seu coração,
a sua alma é uma barca sem piloto, em resumo, ela é um mar agitado,
como escreve Santo Afonso Maria de Ligório:
“Sem Deus não se pode ter verdadeira paz”.
Nossa Senhora disse a uma alma
devota: Foi uma disposição divina que a mim e a meu Filho nos
faltasse agasalho da parte dos homens, a fim de que as almas
cativadas pelo amor de Jesus, se oferecessem a si próprias para o
acolherem e o convidassem amorosamente a tornar morada em seus
corações.
Prezado católico, o santo casal não
encontrou lugar nas casas de Belém e muito menos na estalagem;
então, a Santíssima Virgem e São José saíram da cidade a fim de
achar fora dela ao menos algum abrigo. Eles caminharam na escuridão,
errando e espreitando; afinal, encontraram ao pé dos muros de Belém
uma rocha escavada em forma de gruta, que servia de estábulo para os
animais. E foi nessa gruta que a Santíssima Virgem deu à luz ao
Menino Jesus. Foi nessa gruta tão fria e úmida que Jesus Cristo
nasceu.
Católico, que terão dito os anjos
vendo a divina Mãe entrar naquela gruta para dar à luz! Os filhos
dos príncipes nascem em quartos adornados de ouro; preparam-se-lhes
berços enfeitados com pedras preciosas e outras ornamentações caras,
e fazem-lhe cortejo os primeiros senhores do reino.
E ao Amado Menino, ao Rei do céu,
prepara-se uma gruta fria e sem luz para nela nascer; uns pobres
paninhos para cobri-lO, um pouco de palha para leito, e uma simples
manjedoura para O colocar. São Bernardo de Claraval diz:
“Meu Deus, onde está a corte, onde está o
trono real deste Rei do céu? Porquanto não vejo senão dois animais
para lhe fazerem companhia, e uma manjedoura de irracionais, na qual
deve ser posto”.
Prezado católico, Jesus Cristo nasceu
como homem! Com lágrimas nos olhos, com dores no seu corpinho, com
frio em todos os membros, com falta de tudo! Nasceu como servo e não
como rei, nasceu na humilhação.
Ele nasceu pobre porque deseja que
nós O recebamos em nossa casa, que O vistamos, que O abriguemos do
frio, que Lhe preparemos um berço.
Ele nasceu à noite, quando todos
dormiam, quando ninguém O esperava; quando os homens, cansados uns
do trabalho e outros dos divertimentos, se entregavam ao sono.
Não esperou que fosse dia para
nascer, a fim de não ser visto e conhecido. Nasceu de noite para
que, despertando a humanidade com o raiar da aurora, encontrasse já
nascido o sol de Israel, que lhe vinha trazer a salvação.
Nasceu nas trevas, porque vinha ser a
luz do mundo, o Sol esplendoroso que vinha dissipar as sombras que
pesava sobre os homens, desde que o paraíso se fechou!
Nasce na humilhação, para que
aprendamos a calcar aos pés o orgulho.
Prezado católico, ainda é tempo de
presentear o Menino Jesus, abra o seu coração enquanto é tempo,
deixe-O nascer na sua vida. Ele é Luz que ilumina, é a verdade que
liberta, é o fogo que queima, é o caminho verdadeiro.
Pe. Divino Antônio Lopes PF.
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30 |
O TEMPO PASSA COMO UM RELÂMPAGO
26 de dezembro de 2001, quarta-feira
Jó 16, 22:
“Porque passarão os anos que me foram
contados e empreenderei a viagem sem retorno”.
Prezado católico, o tempo é a duração
de nossa vida. O tempo é o preço com que se compra a eternidade
feliz. Sabemos que o tempo é a ruína e a salvação de muitos. Ele é
um bem para aquele católico que o emprega no exercício da virtude, e
um mal para quem o desperdiça no vício.
Caríssimo católico, o tempo é uma bênção que dá ao homem o céu, ou
uma maldição que o leva ao inferno. O tempo vale muito!…
Estamos aqui na terra para aproveitar
bem o tempo, para trabalhar pela nossa salvação, como está em Gl 6,
10: “Por conseguinte, enquanto temos tempo,
pratiquemos o bem para com todos…”
Assim como o avarento corre atrás do dinheiro, precisamos correr
atrás do tempo, porque como escreve São Bernardo de Claraval:
“O tempo vale tanto como o céu, como o
Sangue de Jesus Cristo, como o mesmo Deus, porque, bem empregado,
põe-nos na posse d’Ele”.
Prezado católico, a vida é breve,
como está em 1Cor 7, 29: “O tempo se fez
curto”. Seja sábio e aja como verdadeiro seguidor de Jesus
Cristo. Aproveite o tempo para confessar, para participar da Santa
Missa, para rezar o Santo Rosário, para dar esmola, etc. Para
conquistar o céu é preciso usar bem o tempo.
O tempo de merecer termina com a
morte. Por isto, é preciso lutar seriamente por levar uma conduta
justa, porque como está em Gl 6, 7-8: “O que
o homem semear, isso colherá: quem semear na sua carne, da carne
colherá corrupção; quem semear no espírito, do espírito colherá a
vida eterna”.
Prezado católico, o tempo é precioso,
porque é um tesouro que só neste mundo se acha. O tempo é uma
preciosa mina, que, sendo bem explorada, oferece riquezas, que a
traça não rói, nem a ferrugem come, como está em Mt 6, 20:
“Mas ajuntai para vós tesouros nos céus,
onde nem a traça, nem o caruncho corroem e onde os ladrões não
arrombam nem roubam”.
Como é triste ver católicos perder
horas e horas diante da televisão, ou então nas portas dos botecos,
etc. E segundo eles, não sobra tempo para rezar nem participar da
Santa Missa. Tenho certeza absoluta que Deus, na hora do juízo, não
aceitará essa desculpa esfarrapada.
Uns choram pelo tempo, porque não
lhes chega para as suas boas obras; outros não sabem o que fazer
dele, porque não lhe conhecem o valor.
E você, caríssimo católico, em que
empregas o teu tempo? Deus te concedeu a graça de teres chegado até
ao dia de hoje, com preferência a tantos milhares e milhões de
pessoas, talvez da tua idade, ou até mais novas, talvez fortes como
tu ou ainda mais robustas, com a mesma compleição que você, ou
talvez mais sadia.
Católico, seja sábio, aproveite bem o
seu tempo.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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31 |
NÃO MATE O TEMPO
31 de dezembro de 2001, segunda-feira
1 Cor 7, 29:
“O tempo se fez curto”.
Prezado católico, hoje é o último dia
de 2001, dia propício para refletirmos sobre o tempo, sobre a
duração da nossa vida, e principalmente sobre o que fazemos do tempo
que Deus nos concedeu. É preciso empregar bem o tempo, porque ele é
precioso, riquíssimo dom que Deus concedeu ao homem mortal.
Aquele que perde tempo com as coisas
passageiras do mundo, joga fora algo mais precioso do que todo o
ouro do mundo, porque com o ouro você compra os bens materiais,
enquanto que com o tempo você compra o céu, como escreve o Pe.
Alexandrino Monteiro: “O tempo é uma bênção
que dá ao homem o céu, ou uma maldição que o leva ao inferno”.
É preciso usar do tempo enquanto
ainda estamos nesse mundo, porque depois da morte ele não existirá
mais, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório:
“O tempo é um tesouro que só se acha nesta
vida, mas não na outra, nem no céu, nem no inferno”.
Aquela pessoa que joga o tempo fora,
e que não trabalha para salvar a sua alma irá para o inferno, e
segundo Santo Afonso Maria de Ligório, essa pessoa dirá no meio das
chamas eternas: “Oh! Se eu tivesse uma
hora!” É verdade, esse é o grito dos condenados.
E você?
Usa bem o seu tempo? Se você morresse hoje, morreria tranqüilo?
Quanto tempo você passa diante da televisão? Quanto tempo reserva
para ficar conversando com os amigos, nos botecos ou na porta de
casa? E para a sua alma, quanto tempo você reserva? Quanto tempo
reserva para a oração e para a leitura espiritual?
Cuidado, prezado católico, mude de
vida enquanto está vivo, use melhor o tempo que Deus lhe reservou,
para que na hora da morte não seja repreendido pelo Divino Juiz.
Santo Afonso escreve sobre as almas que se condenaram por perder
tempo: “Por todo o preço comprariam uma hora
a fim de reparar sua ruína; porém, esta hora jamais lhes será dada”.
E você, caríssimo católico, que está
sempre adiando a sua mudança de vida, que marca e desmarca a sua
confissão, etc., é precisa acordar enquanto é tempo. São Bernardo de
Claraval diz para essas pessoas que vivem adiando a conversão:
“Ó infeliz, porque ousas contar com o
vindouro, como se Deus tivesse posto o tempo em seu poder?” E
o grande Santo Agostinho disse: “Como te
podes prometer o dia de amanhã, se não dispões de uma hora de vida?”.
Prezado católico, o tempo é uma mina
de ouro, é uma mina que bem explorada lhe ajuda a entrar no céu.
Mas, infelizmente, a maioria das pessoas desprezam esse tesouro,
como escreve Santo Afonso Maria de Ligório:
“Nada há mais precioso que o tempo e não há coisa menos estimada nem
mais desprezada pelos mundanos”, e São Bernardo de Claraval
escreve: “Passam rapidamente os dias de
salvação, e ninguém reflete que esses dias desaparecem e jamais
voltam”.
O tempo passa, e depois dele vem a
eternidade! E o que no tempo não fizemos, havemos de chorar para
sempre!
Se o tempo passa e vale tanto, o que
precisamos fazer? É preciso empregá-lo no bem.
O tempo consta de anos, meses,
semanas, dias, horas, minutos e segundos. De todas estas partes do
tempo, somente de uma podemos dispor, que é o momento presente.
O momento presente. Só este é meu, só
dele posso dispor; só este devo empregar bem.
Prezado católico, se continuar
perdendo o tempo com as coisas do mundo, com certeza você irá para o
Inferno Eterno.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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32 |
VIVER PARA DEUS
01 de janeiro de
2002, terça-feira
Rm 14, 8:
“Pois, se vivemos, é para o Senhor que
vivemos, e se morremos, é para o Senhor que morremos. Quer vivamos
quer morramos, pertencemos ao Senhor”.
Prezado católico, estamos iniciando
um Ano Novo, e assim como você viveu unido a Nosso Senhor no ano que
passou, também deverá andar na presença d’Ele nesse ano que estamos
iniciando.
Não nos pertencemos nem somos donos
da nossa própria vida. Deus, Uno e Trino, criou-nos, e Jesus Cristo
livrou-nos do pecado redimindo-nos com o Seu Sangue. Por tudo isso,
Ele é o nosso Senhor, e nós os seus servos, entregues a Ele em corpo
e alma. Tal como o escravo não era dono de si mesmo, mas toda a sua
pessoa e atividade redundava em benefício do Seu Senhor, assim tudo
o que somos e temos não está destinado, em última instância, para o
nosso uso e proveito, mas vivemos e morremos para a glória de Deus.
Ele é Senhor da nossa vida e da nossa morte. Escreve São Gregório
Magno: “Os santos, pois, não vivem nem
morrem para si. Não vivem para si porque em tudo o que fazem buscam
lucros espirituais, pois orando, pregando e perseverando nas boas
obras, desejam aumentar os cidadãos da pátria celestial. Nem morrem
para si, porque, diante dos homens, glorificam com a sua morte a
Deus, junto de Quem se apressam a chegar quando morrem”
(In
Ezechielem homiliae, II, 10).
Prezado católico, precisamos entrar
no Ano Novo unidos a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Precisamos iniciar esse ano novo COM FÉ FIRME EM JESUS CRISTO.
Nós que rezamos no ano que passou:
“Creio em Deus… e em Jesus Cristo, um só seu
Filho, Nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nasceu
de Maria Virgem…”. Assim devemos confessar também no Ano
Novo! E precisamos professar a nossa fé em Cristo com mais firmeza e
coragem. Cristo é o mesmo, por isso Ele deve ser amado de todo o
coração, como está em Hb 13, 8: “Jesus
Cristo ontem e hoje é o mesmo também pelos séculos”. Tudo
passa, mas Nosso Senhor permanece eternamente, como está em Hb 1,
11-12: “Eles perecerão; tu, porém, permaneces; todos, como uma roupa,
envelhecerão. Tu os enrolarás como um manto e como roupa serão
mudados. Tu, porém, permaneces o mesmo e teus anos não acabarão”.
Esse é o Senhor a quem devemos nos apoiar nesse ano que estamos
iniciando.
Sem a fé em Cristo Jesus, sem a
amizade com esse Senhor que nos protege, o ano novo não seria um ano
feliz, mas infeliz, porque viver longe de Cristo Jesus é um
verdadeiro tormento, e caminhar unido ao nosso Querido Amigo é a
maior felicidade, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório:
“Quem só quer Deus, é rico de todos os bens”,
e o mesmo santo também diz: “Feliz de quem
pode dizer de coração: Jesus, eu quero só a vós e nada mais”.
Prezado católico, na bênção divina se
baseia tudo, como está no Sl 126, 1: “Se o
Senhor não construir a casa, inútil será o trabalho dos
construtores; se o Senhor não guardar a cidade, inútil será a
vigilância da sentinela”.
Católico, com certeza o mundo inimigo
de Deus esbravejará contra Cristo Jesus, e lutará também contra a
Igreja Católica Apostólica Romana nesse Ano que está iniciando, como
está em Jo 15, 18-19: “Se o mundo vos odeia,
sabei que me odiou a mim, antes de vós. Se fôsseis do mundo, o mundo
vos amaria como seus. Como não sois do mundo, mas eu vos escolhi do
mundo, por isso o mundo vos odeia”, e Santo Inácio de Loiola
escreve: “Aquele que teme o mundo jamais
cumprirá coisa digna de Deus: porque a obra de Deus não se pode
fazer sem que o mundo se revolte!” Nós, amigos e seguidores
de Jesus Cristo, precisamos permanecer firmes na fé, e seguir o Deus
da Luz, e não deixar que as trevas atrapalhe a nossa caminhada.
Precisamos permanecer fortes e inabaláveis como rochedos diante dos
ataques e das perseguições, lembrando de que Cristo Jesus nos
protege continuamente, como está em Fl 4, 13:
“Tudo posso naquele que me fortalece”.
Prezado católico, estamos aqui na
terra para conhecer, amar e servir a Deus, e depois viver com Ele
para sempre no céu. Ninguém deve nos impedir de conquistar a
verdadeira pátria, como escreve São Cipriano:
“A nossa pátria é o céu”.
Caríssimo católico, entremos, pois,
no Ano Novo com fé em Cristo Jesus.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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33 |
CORAÇÃO DE JESUS,
CONSOLO PARA OS ANGUSTIADOS
02 de janeiro de
2002, quarta-feira
Mt 11, 28:
“Vinde a mim todos os que estais
cansados…”
Prezado católico, entremos no Ano
Novo com confiança em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Para uma
pessoa passar com êxito por uma região perigosa, é preciso um guia,
isto é, de alguém que conheça daquela região, e assim, ela chegará
ao local desejado.
O mesmo acontece com você. Para
vencer os obstáculos e dificuldades desse ano de 2002, e chegar no
final com sucesso, é preciso confiar em Jesus Cristo, caminhar unido
a Ele, ouvir e aceitar o convite do Mestre do Amor que diz:
“Vinde a mim todos os que estais cansados…”
(Mt 11, 28).
Católico, não tenha medo de nada,
porque Deus lhe protegerá, como está em Is 12, 2:
“Ei-lo, o Deus da minha salvação: sinto-me
inteiramente confiante, de nada tenho medo, porque Deus é a minha
força e o meu canto. Ele é a minha salvação”.
Cristo Jesus te convida a aproximar
d’Ele, a buscar força n’Ele e não nas criaturas, porque o homem é
fraco e covarde, e aquele que abandona Jesus Cristo para contar com
os homens sofrerá decepções, porque o homem vacila continuamente,
como está em Jr 17, 5: “Maldito o homem que
se fia no homem, que faz da carne a sua força, mas afasta o seu
coração de Deus!”, e no mesmo livro 17, 9 diz:
“O coração é falso como ninguém, ele é
incorrigível; quem poderá conhecê-lo?”
.
Prezado católico, nas horas de
dificuldades e sofrimentos, aproxime-se de Jesus Cristo, entra no
Vosso Coração Santíssimo, e essa Fornalha de Amor e de Caridade te
ajudará a vencer as provações da vida. Você não pode tapar os
ouvidos diante do Mestre que te convida com insistência:
“Vinde a mim…” (Mt 11, 28).
Para viver bem o Ano Novo, isto é, o
ano de 2002, é preciso caminhar com Cristo e confiar n’Ele,
lembrando de que somente Ele lhe dará a vitória, como está em Jo 6,
68: “Senhor, a quem iremos? Tens palavra de
vida eterna”. Aquele que deixa de andar com a Luz Eterna, que
é Nosso Senhor, para seguir as criaturas limitadas e vacilantes,
transformará a sua vida num mar de sofrimento e de angústia, como
escreve Santo Afonso Maria de Ligório: “Tudo
o que não se faz para Deus, transforma-se em sofrimento”.
Prezado católico, sem a confiança em
Deus você será sempre um derrotado, mas se contar com a Sua ajuda,
Ele que é poderoso te ajudará, como está em Eclo 2, 6:
“Confia no Senhor, ele te ajudará”.
Santa Maria Madalena era uma
prostituta, vivia mergulhada nas trevas do pecado; mas um dia
encontrou a Luz Eterna, que é Jesus Cristo, e assim, abandonou as
trevas para seguir a Luz; a mesma confiou no poder do Salvador e
decidiu segui-lO. Ela abandonou os senhores do mundo, homens
carregados de pecado, para seguir o Senhor que é caminho, verdade e
vida.
Santa Maria Madalena confiou tanto em
Jesus Cristo, que não mais O abandonou. Quando o seu Senhor foi
crucificado, ela permaneceu firme ao Seu lado no Calvário, como está
em Jo 19, 25: “Perto da Cruz de Jesus ,
permaneciam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de
Cleopas, e Maria Madalena”, e no dia da ressurreição, a mesma
levantou cedo para ir ao túmulo, para ficar perto do Senhor da sua
vida, como está em Jo 20, 1: “No primeiro
dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro, de madrugada, quando
ainda estava escuro…” Ela amava tanto a Jesus Cristo , que
disse chorando: “Levaram o meu Senhor…”
(Jo 20, 13). Feliz dela que confiou em Jesus Cristo, porque hoje
está no céu mergulhada no Amor Eterno.
E você, católico, que vive longe de
Deus, nem tudo está perdido. Basta abandonar a vida de pecado e
confiar em Nosso Senhor a exemplo de Santa Maria Madalena, e com
certeza Ele te ajudará, como está em Pr 3, 5:
“Confia em Deus com todo o teu coração”,
e em Pr 16, 20 diz: “… quem confia em Deus é
feliz”.
Prezado católico, Deus só
recompensará aquele que n’Ele confiou, como está em Eclo 2, 8:
“Vós que temeis ao Senhor, tende confiança nele e a recompensa não
vos faltará”.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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34 |
NÃO PROGREDIR É REGREDIR
03 de janeiro de 2002, quinta-feira
Ap 22, 11:
“… que
o santo continue a santificar-se”.
Prezado católico, precisamos no
início desse ano novo, prometer a Nosso Senhor que faremos progresso
nas virtudes, que abandonaremos os vícios e buscaremos com
perseverança as coisas do alto, isto é, somente aquilo que Lhe
agrada , como está em Cl 3, 1-2: “Se, pois,
ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo
está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas do alto, e não nas
da terra”.
Se você é uma pessoa virtuosa, já
vive unida a Deus, obedece os mandamentos, recebe dignamente os
sacramentos; não se acomode, pelo contrário, busque com fervor a
perfeição, como está em Ap 22, 11: “… que o
santo continue a santificar-se”. E você que está longe de
Deus, volte para Ele enquanto é tempo, abandone essa vida vazia e a
vaidade do mundo, e comece a partir de hoje a praticar somente
aquilo que é da vontade de Deus, como está em Fl 4, 8:
“… ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro,
nobre, justo, puro, amável, honroso, virtuoso ou que de qualquer
modo mereça louvor”.
Caríssimo católico, a vida é breve,
não deixe para amanhã o bem que você pode fazer hoje, não fique
adiando a sua mudança de vida; e você que já é bom, não fique
acomodado e satisfeito com o que já possui de espiritual, porque
Deus quer que você seja perfeito, como está em Mt 5, 48:
“Portanto, deveis ser perfeitos como o vosso
Pai celeste é perfeito”.
Católico, é um perigo ficar sem
progredir na vida espiritual, porque, aquele que não progride, acaba
se regredindo, como escreve São João da Cruz:
“No caminho da perfeição; não ir adiante é
recuar; e não ir ganhando é ir perdendo”.
Nesse ano novo precisamos tornar-nos
melhores, mais virtuosos. Precisamos progredir no bem! Diante de nós
está Jesus Cristo, modelo de toda virtude, como escreve Tomás de
Kempis: “Tens bastante motivo para corar de
vergonha, se fizeres da vida de Jesus o teu espelho. Corar de seres
ainda tão diferente d’Ele, embora já há tanto tempo trilhes o
caminho para Deus”, e em Ef 5, 1 diz:
“Tornai-vos, pois, imitadores de Deus”.
Um fazendeiro não fica feliz quando
um pé de laranja produz somente uma vez, e depois fica ocupando
lugar no espaço. Deus também não fica feliz quando uma pessoa luta e
faz progresso somente durante um ano, Ele, o Deus Santo e Poderoso
quer que você faça progresso todos os dias, e Ele ameaça aqueles que
vivem acomodados: “Todo ramo em mim que não
produz fruto ele o corta…” (Lc 15, 2).
Caríssimo católico, para progredir na
perfeição é preciso:
1 – Evitar o pecado mortal, porque
ele é a desgraça de todas a pior. Ele expulsa Deus do seu coração.
2- Lutar continuamente contra o
pecado venial, ele não expulsa Deus, mas atrapalha no progresso
espiritual, como está no Catecismo da Igreja Católica, n.º 1863:
“O pecado venial enfraquece a caridade;
traduz uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o
progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem
moral…” .
3- Confessar com freqüência. A
confissão é o sacramento da alegria, e ela fortalece a alma para o
combate contra os inimigos da mesma.
4- Receber o Corpo de Cristo com
freqüência.
5- Rezar o Santo Rosário.
6- Fazer leitura espiritual.
7- Examinar a consciência todos os
dias.
8- Buscar o silêncio.
9- Fazer meditação e outras obras de
piedade e de caridade.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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35 |
AO PÓ TORNARÁS
14 de janeiro de
2002, segunda-feira
Eclo 14, 12:
“Lembra-te de que a morte não tarda”.
Prezado católico, o que é a morte? A
morte é o fim da vida, a separação da alma do corpo. A morte é um
adeus para sempre a tudo que nos cerca; é um separar, sem remédio,
de amigos, de irmãos, de pai e mãe, de bens da fortuna, de
dignidades, de ofícios… de tudo! Em Gn 3, 19 diz:
“Pois tu és pó e ao pó tornarás”, e
Santo Afonso Maria de Ligório escreve:
“Considera que és pó e que em pó te hás de converter. Virá o dia em
que será preciso morrer e apodrecer num fosso, onde ficarás coberto
de vermes, a todos, nobres e plebeus, príncipes ou vassalos, estará
reservada a mesma sorte. Logo que a alma, com o último suspiro, sair
do corpo, passará à eternidade, e o corpo se reduzirá a pó”.
Caríssimo católico, todos havemos de
morrer, como está em Hb 9, 27: “E como é um
fato que os homens devem morrer uma só vez”. Não adianta você
fugir da morte ou se esconder um uma caverna, cedo ou mais tarde ela
te visitará, como está em Jó 7, 7:
“Lembra-te que minha vida é um sopro”, e em Mt 25, 13 diz:
“Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o
dia nem a hora”.
Todos
havemos de morrer. É esta a sentença a que todos vivemos condenados
neste mundo.
Esta sentença, ou melhor, esta lei de
morte nos é intimada pela natureza da nossa vida. Este decorrer
acelerado dos anos, dos dias e das horas, denota que há de haver um
termo de passagem, como está em Jó 9, 25-26:
“Meus dias correm mais depressa que um atleta e se esvaem sem terem
provado a felicidade; deslizam como barcas de papiro, como a águia
que se precipita sobre a presa”, e São Jerônimo escreve:
“Este momento em que escrevo faz-me caminhar
para a morte. Todos temos de morrer, e nós deslizamos como a água
sobre a terra, a qual não volta para trás”, e no livro de Jó
14, 1-2 diz também: “O homem, nascido de
mulher, tem a vida curta e cheia de tormentos. É como a flor que se
abre e logo murcha, foge como sombra sem parar”,
em Sb 2, 1 diz:
“Breve e triste é nossa vida”.
Prezado católico, o aviso de que
havemos de morrer nos é dado por toda a criação. Olha como tudo na
criação tem fim! Vê como as árvores, chegando a uma certa idade,
enfraquecem, perdem a folha e a seiva que as alimentava e aí ficam
no meio dos campos, no fundo dos vales, no viso dos montes, como
esqueletos sem vida, como despidos mastros do navio a quem a
tempestade rasgou as velas. Vê os animais, como se vão uns após
outros despedindo da vida! Vê como os homens se vão uns após outros;
hoje um, amanhã outro, vão deixando a tua companhia para se irem
associar aos que dormem o sono da morte, como escreve Santo Afonso
Maria de Ligório: “Vê como corre o regato
para o mar; suas águas não retrocedem: assim, meu irmão, passam teus
dias e cada vez mais te acercas da morte”.
Prezado católico, o mesmo se passará
contigo! Um dia virá em que se há de desmoronar a casa do teu corpo,
não ficando pedra sobre pedra. Hão de fechar-se teus olhos, hão de
gelar-se as tuas mãos, hão de, enfim, desatar-se os teus ossos dos
liames da carne!…
Católico, ou queiramos ou não,
teremos de receber um dia a visita da morte!
Que dia esse, que angústias, quando
ouvirmos os seus passos, quando a virmos abeirar-se do nosso leito,
quando sentirmos a sua mão gelada pousar sobre a nossa fronte!
Prezado católico, que momento
terrível! Que hora de consternação! É o momento do desenlace fatal,
é a hora mais solene da vida humana! Somos, então, chegados ao
último capítulo dessas memórias, que todos temos de escrever no
decurso da nossa viagem! Vai pôr-se o selo a todas as nossas obras,
vai consumar-se a carreira, vai terminar o combate! Ou vitorioso ou
vencido, o homem vai ser citado perante o tribunal divino e receber
o prêmio ou castigo de seus atos!
E você?
Está preparado para a viagem para a eternidade? Está com a mala
pronta? Se a morte chegasse hoje, você morreria tranqüilo?
Santo Afonso Maria de Ligório
escreve: “O que aconteceu a teus
antepassados, sucederá também a ti. Entrega-te, pois, a Deus, meu
caro irmão, antes que chegue a morte. Não deixes para amanhã o que
podes fazer hoje; porque o dia presente passa e não volta; e amanhã
a morte poderia apresentar-se e nada te permitiria fazer”.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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36 |
ÉS PÓ
15 de janeiro de
2002, terça-feira
Gn 3, 19: “És
pó e em pó te hás de tornar”.
Prezado católico, escreve Santo
Afonso Maria de Ligório: “Virá o dia em que
será preciso morrer e apodrecer num fosso, onde ficarás coberto de
vermes”. Esse corpo que é tratado com tanta vaidade e cuidado
será pasto dos vermes, como está em Is 14, 11:
“Sob o teu corpo os vermes formam como um
colchão, os bichos te cobrem como um cobertor”, e no livro de
Jó 17, 14 diz: “Digo à cova: ‘Tu és meu
pai!’, ao verme: ‘tu é minha mãe e minha irmã!”.
Caríssimo católico, infeliz daquela
pessoa que trata o seu corpo como se fosse um “deus”, isto é, que
esquece da mesma para ornamentar o seu corpo. Esse tipo de gente
precisa meditar mais sobre a morte e lembrar de que o seu corpo será
devorado pelos vermes.
Santo Afonso Maria de Ligório nos
convida a imaginar uma pessoa que acaba de morrer. Ele diz:
“Imagina que estás em presença de uma pessoa que acaba de expirar.
Contempla aquele cadáver, estendido ainda em seu leito mortuário: a
cabeça inclinada sobre o peito; o cabelo em desalinho e banhado
ainda em suores da morte, os olhos encovados, as faces descarnadas,
o rosto acinzentado, os lábios e a língua cor de chumbo; hirto e
pesado o corpo… Treme e empalidece quem o vê… Quantas pessoas, à
vista de um parente ou amigo morto, mudaram de vida e abandonaram o
mundo”.
Contarei dos exemplos sobre pessoas
que mudaram de vida contemplando uma pessoa morta:
São Francisco Borja: Um fato incidiu
profundamente na conversão radical de São Francisco Borja, embora já
fosse um cristão honesto e praticante. Foi a morte da imperatriz
Isabel, mulher de extraordinária formosura. São Francisco Borja foi
encarregado pelo rei de acompanhar o corpo até ao mausoléu em
Granada. Antes de colocar o corpo no túmulo definitivo, foi
novamente aberto o caixão. Aquele corpo em estado de putrefação
impressionou profundamente o espírito do santo, levando-o a desejar
uma consagração total na vida religiosa.
Santa Margarida de Cortona: A vida
desta santa é um dos fenômenos mais comoventes de conversão na
biografia cristã. Órfã de mãe desde pequena, Margarida, jovem bonita
e de temperamento jovial e expansivo, deixou-se, por falta de
educação, cortejar pelos jovens até se juntar com um homem de certa
fortuna, com o qual conviveu por nove anos; ao cabo dos quais chegou
inesperadamente a hora da graça.
Seu companheiro de vida, numa viagem,
foi assaltado e morto. Ao deparar-se com o cadáver em putrefação,
Margarida foi tomada por uma força misteriosa: constatou a vaidade
do mundo, a fugacidade da vida, a insegurança dos amores terrenos, e
decidiu-se por uma conversão radical.
Dirigiu-se então à vizinha cidade de
Cortona, no centro da Itália, procurou um confessor e, entre
lágrimas amargas, fez a confissão geral de sua vida, decidindo-se
por uma vida de oração e penitência.
Católico, seria muito bom se você
fosse em alguns velórios para contemplar os defuntos; quem sabe você
mudaria de vida.
Santo Afonso Maria de Ligório
escreve: “É ainda mais horrível o aspecto do
cadáver quando começa a corromper-se… Nem um dia se passou após o
falecimento daquele jovem e já se percebe o mau cheiro. É preciso
abrir as janelas e queimar incenso; é mister que prontamente levem o
defunto à igreja ou ao cemitério, e o entreguem à terra para que não
infeccione toda a casa… Mesmo que aquele corpo tenha pertencido a um
nobre ou potentado, não servirá senão para que exale ainda fetidez
mais insuportável”.
Prezado católico, medite sobre a
morte, e assim, você desapegará das coisas da terra.
Com a morte, você deixa tudo!
O que no mundo tinha, aí fica para os
herdeiros. Só lhe resta um adeus final à terra onde nasceu, à
habitação que lhe serviu de abrigo, aos parentes e amigos que o
rodeiam.
Católico, é terrível o momento da
morte! Momento de dúvidas e de agonias, de perplexidades e
incertezas: - Se me salvarei… Se me condenarei!… Para que isso não
aconteça com você, esteja sempre preparado.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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37 |
ESTEJA COM A “MALA” PREPARADA
17 de janeiro de
2002, quinta-feira
Mt 25, 13:
“Vigiai, portanto, porque não sabeis nem
o dia nem a hora”.
Prezado
católico, é preciso estar sempre com a “mala” pronta para a viagem
para a eternidade; porque não sabemos o dia, nem a hora, nem onde e
nem como vamos morrer. Aquele que não vive preparado para essa
viagem, é realmente um estúpido.
Católico, quando vamos morrer?
Nesta terra tudo passa, e nós também
passaremos, ninguém ficará para semente, como está no Sl 103, 15-16:
“O homem!… seus dias são como a relva: ele
floresce como a flor do campo; roça-lhe o vento e já desaparece, e
ninguém mais reconhece seu lugar”, e em Jó 7, 16 diz:
“Eu pereço, não viverei para sempre;
deixa-me, pois os meus dias são um sopro!”
.
Uns vivem mais tempo, outros menos;
porém, mais cedo ou mais tarde, para cada um chegará o fim da vida:
“Vigiai, portanto, porque não sabeis nem o
dia nem a hora” (Mt 25, 13).
Será que morreremos na primavera ou
no verão? Não sabemos. Desceremos à sepultura no outono ou no
inverno? Não sabemos! não sabemos! Diz Santo Agostinho:
“A vida não é mais que uma morte lenta; cada
dia morremos; cada dia a morte leva-nos parte da nossa vida”.
Morre o velho que vê e sente a morte
portas adentro; morre o jovem que a tem pelas costas
traiçoeiramente: “Como as folhas numa árvore
frondosa tanto caem como brotam, assim a geração de carne e sangue:
esta morre, aquela nasce” (Eclo 14, 18), e:
“A morte vos espera em toda a parte; se
fores prudentes, esperai vós por ela em todo o lugar”
(São
Bernardo de Claraval).
Caríssimo católico, você sabe que um
dia a morte baterá na porta da sua casa para te buscar, e você vive
como se ela não existisse. Cuidado! Se você quiser ter uma morte
feliz, morra antes para tudo aquilo que é mundano e que ofende a
Deus: “Por isso está sempre prevenido e vive
de tal modo, que a morte nunca te encontre despercebido”
(Tomás de Kempis).
Prezado católico, onde vamos morrer?
Conta-se dum negociante que fez estas
perguntas a um marinheiro:
- Onde morreu o teu pai?
- Afogou-se no mar.
- E o teu avô?
- Também.
- E não
tens medo do mar?
O marinheiro, por sua vez, pergunta?
- E o teu pai, onde morreu?
- Na cama.
- E o teu avô?
- também.
- E não tens medo de te deitares
todas as noites na cama onde morreram o teu pai e o teu avô?
Está claro, que para cada pessoa está
reservado um lugar onde ela morrerá.
E você, onde morrerá? Em um quarto
dormindo?
“Morrem de repente em plena noite” (Jó 34, 20), ou na rua,
deitado à beira da sarjeta? Em casa, ou no hospital? Em terra firme,
ou no mar? No meio de uma floresta ou no fundo de uma cloaca?
Certamente você não saberá.
Católico, como vamos morrer?
Morreremos depois de longo e doloroso
sofrimento ou repentinamente? Em um desastre automobilístico, onde
ficaremos todos quebrados, ou em um desastre aéreo, em que os nossos
corpos ficarão carbonizados? Com o nosso coração transpassado por um
agudo punhal ou com um tiro na cabeça? Com o corpo carcomido pelo
câncer ou pela lepra? Fulminado por um raio ou afogado no fundo de
um lago? Não sabemos.
Rodeado de parentes, de amigos, num
ambiente estranho ou abandonado por todos? Não sabemos! Não sabemos!
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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38 |
ASSIM MORRE O PECADOR
21 de janeiro de
2002, segunda-feira
Ez
7, 25-26: “Sobrevindo a aflição, procurarão
a paz e a não encontrarão; virá confusão sobre confusão”.
Prezado católico, hoje falarei sobre
a morte do pecador, sobre aquela pessoa que passou a sua vida aqui
na terra longe de Deus, O ofendendo continuamente. Esse infeliz
também morrerá, e naquela hora terrível ele dirá aos seus amigos:
“Sim, extraviamo-nos do caminho da verdade;
a luz da justiça não brilhou para nós, para nós não nasceu o sol.
Cansamo-nos nas veredas da iniqüidade e perdição, percorremos
desertos intransitáveis, mas não conhecemos o caminho do Senhor!”
(Sb 5, 6-7).
Católico, o pecador vive em pecado
como se nunca fosse morrer, ele faz tudo para afastar a lembrança e
o pensamento da morte, mas não adianta, a morte existe e um dia ela
o visitará, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório:
“Os pecadores afastam a lembrança e o
pensamento da morte, e procuram a paz (ainda que jamais a
encontrem), vivendo em pecado. Quando,
porém, se virem em face da eternidade e nas agonias da morte, já não
poderão escapar aos tormentos de sua má consciência, nem encontrar a
paz que procuram”.
Prezado católico, o pecador finge que
é feliz e que é portador da paz, mas tudo isso não passa de
falsidade: “Pois, como pode encontrá-la numa
alma carregada de culpas, que, como víboras, a mordem?”
(Santo Afonso Maria de Ligório).
Realmente não existirá paz na hora da
morte, para aquela pessoa que passou a sua vida aqui na terra
servindo ao demônio, que chutou continuamente a graça de Deus e que
preferiu as trevas à luz da graça: “Que paz
poderão gozar pensando que em breve deverão comparecer ante Cristo
Jesus, cuja lei e amizade desprezaram até então?”
(Santo
Afonso Maria de Ligório), é justamente o que está em Ez 7, 26:
“Confusão sobre confusão”.
A morte do pecador é terrível, esse
infeliz ficará mergulhado num mar de angústias e de dúvidas, ficará
todo confuso quando perceber que ela está próxima:
“O anúncio já recebido da morte próxima, a
idéia de se separar para sempre de todas as coisas do mundo, os
remorsos da consciência, o tempo perdido, o tempo que falta, o rigor
do juízo de Deus, a eternidade infeliz que espera o pecador, todas
estas coisas produzirão perturbação terrível que acabrunha e
confunde o espírito e aumenta a desconfiança. E neste estado de
confusão e desespero, o doente passará à outra vida”
(Santo
Afonso Maria de Ligório).
Prezado católico, que desculpa dará a
Deus na hora da morte, aquele pecador que passou a sua vida aqui na
terra desprezando a graça de Deus, comendo do lixo do mundo e
vivendo abraçado com Satanás? Aquele pecador que ao invés de rezar,
passava horas e horas diante da televisão e nas portas dos botecos?
Aquelas mulheres que ao invés de usarem roupas decentes, preferiram
usar roupas imorais? Aquelas pessoas que ao invés de ler a Bíblia e
vida dos santos, liam revistas pornográficas?
Católico, cuidado para não abusar da
bondade e misericórdia de Deus, por que Ele é misericordioso, mas
Ele é justo também, como está em Eclo 5, 4-6:
“Não digas: ‘Pequei: o que me aconteceu?’,
porque o Senhor é paciente. Não sejas tão seguro do perdão para
acumular pecado sobre pecado. Não digas: ‘Sua misericórdia é grande
para perdoar meus inúmeros pecados’, porque há nele misericórdia e
cólera e sua ira pousará sobre os pecadores”.
O pecador deve acordar enquanto é
tempo, buscar a Deus enquanto ainda está vivo, como está em Is 55,
6-7: “Procurai a Deus enquanto pode ser
achado, invocai-o enquanto está perto. Abandone o ímpio o seu
caminho, e o homem mau os seus pensamentos, e volte para Deus, pois
terá compaixão dele, e para o nosso Deus, porque é rico em perdão”.
Você que vive no pecado, não vale a
pena viver assim, a sua vida é um mar de tristeza, volte para Deus e
não fique adiando a sua conversão, como está em Eclo 5, 7:
“Não demores a voltar para o Senhor e não
adies de um dia para o outro, porque, de repente, a cólera do Senhor
virá e no dia do castigo perecerás”.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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OS PECADOS: OBRAS
PODRES DO PECADOR
22 de janeiro de
2002, terça-feira
Sl 139, 12:
“… que o mal persiga o violento até à
morte!”
O pecador sofrerá muito em seu leito
de dor, a angústia invadirá o seu coração e ele será atormentado dia
e noite, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório:
“Não uma só, senão muitas serão as angústias
que hão de afligir o pobre pecador enfermo”. O pecador em seu
leito de dor será atormentado pelos demônios, porque esses inimigos
fazem todos os esforços para perder a alma que está prestes a sair
desta vida, como escreve Santo Afonso Maria de Ligório:
“Sabem que lhes resta pouco tempo para apoderar-se dela e que, escapando-se
agora, jamais será sua”. E na verdade, não será apenas um
demônio que rodeará o leito do pecador enfermo, mas muitos demônios.
Não estará ali apenas um só, mais muitos
demônios hão de rodear o enfermo para o perder.
O pecador, na hora da morte, estará
rodeado de seus pecados, e os pecados, segundo São Bernardo de
Claraval, lhe dirão: “Somos a tua obra, e
não te deixaremos. Acompanhar-te-emos à outra vida, e contigo nos
apresentaremos ao eterno Juiz”, e acrescenta o mesmo Santo:
“Quisera então o moribundo desembaraçar-se
de tais inimigos, mas para consegui-lo seria preciso detestá-los e
converter-se a Deus de todo o coração”. O espírito, porém,
está coberto de trevas, e o coração endurecido:
“O coração duro será oprimido de males no fim; e quem ama o perigo,
nele perecerá” (Eclo 3, 27).
São
Bernardo de Claraval afirma o seguinte: “Que
o coração, obstinado no mal durante a vida, se esforçará, no momento
da morte, para sair do estado de condenação; mas não chegará a
livrar-se dele, e, oprimido pela sua própria malícia, terminará a
sua vida no mesmo estado. Tendo amado o pecado, amava também o
perigo da condenação. É por isso justamente que o Senhor permitira
que ele pereça nesse perigo, no qual quis viver até à morte”.
Santo Agostinho escreve: “Aquele que não
abandona o pecado antes que o pecado abandone a ele, dificilmente
poderá na hora da morte detestá-lo como é devido, pois tudo o que
fizer nessa emergência, o fará forçado”.
O pecador é uma pessoa infeliz,
porque tapa os ouvidos para não ouvir a voz de Deus e fecha o
coração para não deixá-lO entrar, como escreve Santo Afonso Maria de
Ligório: “Quão infeliz é o pecador obstinado
que resiste à voz divina! O ingrato, ao invés de se entregar e
enternecer à voz de Deus, se endurece mais e mais, à semelhança da
bigorna sob os golpes do martelo”
.
Por amor às criaturas e ao pecado, o
pecador vira as costas para Deus durante a sua vida aqui na terra,
mas na hora da morte, quando recorrer a Deus, terá uma grande
surpresa. Deus lhe dirá: “Agora recorreis a
mim? Pedi socorro às criaturas, já que foram elas os vossos deuses”
(Jr 2, 27). Deste modo falar-lhe-á o Senhor, porque, mesmo
que a Ele se dirija, não será com verdadeira disposição de se
converter.
Deus ameaça continuamente o pecador
com uma morte infeliz, como está em Pr 1, 28:
“Aí vão me chamar, e eu não responderei; vão
me procurar e não me encontrarão!”
.
Os pecadores abusam da misericórdia
de Deus, e vivem tranqüilos como se Deus já lhes assegurasse o
perdão. Essa maneira de agir é uma loucura, e a pior de todas as
loucuras é deixar para se converter na hora da morte, como escreve
Santo Afonso Maria de Ligório: “Pobres
pecadores! Pobres cegos que se contentam com a esperança de se
converter à hora da morte, quando já não o poderão fazer”, e
Santo Ambrósio escreve: “Os ímpios não
aprenderão a praticar o bem, senão quando já não é tempo”.
Prezado católico, Deus quer que todos
os homens se salvem; mas Ele castiga aquele que vive teimando no
caminho do pecado.
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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FELIZ DO JUSTO NA HORA DA MORTE
23 de janeiro de
2002, quarta-feira
Sl 115, 15:
“É preciosa na presença de Deus a morte
de seus Santos”.
Prezado
católico, falarei sobre a morte do justo, isto é, da pessoa santa,
que viveu de acordo com a Palavra de Deus, levando Deus e o
Evangelho a sério. Santo Afonso Maria de Ligório escreve:
“Considerada a morte à luz deste mundo, nos
espanta e inspira temor; mas, segundo a luz da fé, é desejável e
consoladora”. Para o pecador
a morte é realmente terrível, porque está com a consciência
carregada de pecados; mas para o justo, para aquele que agradou a
Deus durante a vida, a morte é amável e consoladora. Escreve São
Bernardo de Claraval: “A morte é preciosa,
porque é o termo dos trabalhos, a coroa da vitória, a porta da vida”.
O justo, isto é, aquela pessoa
temente a Deus, que luta para se santificar, não perde tempo com as
coisas que o mundo oferece; ele sabe muito bem que não está aqui
para repousar e para viver no comodismo, e sim, para trabalhar para
salvar a sua alma, como escreve Santo Ambrósio:
“A vida presente não nos foi dada para
repousar, mas para trabalhar, e, por meio destes trabalhos, merecer
a vida eterna”
.
Aquele que morre na graça de Deus
será recebido no céu, e ele receberá uma grande recompensa, porque
saiu vitorioso e será chamado de Santo, como escreve Santo Afonso
Maria de Ligório: “Deus chama
bem-aventurados aos que morrem na sua graça, porque acabam os
trabalhos e começam a descansar”, e em Ap 14, 13 diz:
“… felizes os mortos, os que desde agora
morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, que descansem de suas
fadigas, pois suas obras os acompanham”.
Caríssimo católico, se você deseja
estar tranqüilo na hora da sua morte, abandone tudo aquilo que causa
desgosto a Deus, viva somente para Deus e obedeça fielmente a sua
Santa Palavra. Feliz daquele que vive preparado para essa hora
decisiva, ele não passará pelas angústias do pecador, mas ficará
tranqüilo, como está em Sb 3, 1: “A vida dos
justos está nas mãos de Deus, nenhum tormento os atingirá”,
em Dt 33, 3 diz: “Tu, que amas os
antepassados, todos os santos estão em tua mão. Eles se prostraram
aos seus pés e correram sob a tua direção”.
Santo Afonso Maria de Ligório escreve
o seguinte sobre as pessoas tementes a Deus:
“Não temem os santos aquela ordem de sair desta vida, que tanto
amedronta aos mundanos, nem se afligem por terem de deixar os bens
da terra, porque nunca apegaram a eles o seu coração”.
O justo não teme a hora da morte,
porque viveu somente para Deus; trabalhou continuamente para fazer a
Santa Vontade do Senhor. O justo dirá na hora da morte com o coração
transbordante de felicidade: gosto de viver e de fazer o bem, mas se
o Senhor me chama, gosto de morrer. O pecador dirá totalmente o
contrário, principalmente porque está com as mãos vazias, ocupou o
tempo só para fazer o mal, e sua consciência está cheia de pecados.
Santo Afonso Maria de Ligório
escreve: “Não se afligem os Santos por terem
de deixar honras mundanas, pois sempre as desprezaram e as tiveram
na conta do que são efetivamente: fumo e vaidade, e somente
estimaram a honra de amar a Deus e de ser por Ele amados. Não se
afligem por terem de deixar seus parentes, porque somente os amaram
em Deus, e, ao morrer, os deixam recomendados àquele Pai celestial
que os ama mais do que eles; e esperando salvar-se, crêem que melhor
lhes poderão ajudar lá no céu do que ficando na terra. Em suma:
todos aqueles que disseram sempre durante a vida meu Deus e meu
tudo, repetem-no ainda com maior consolo e ternura no momento da
morte”.
Pe. Divino Antônio Lopes
FP.
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