SINCERIDADE E VERDADE
(Pe. Divino Antônio Lopes FP (C)
(resumo)
Para vivermos uma vida autenticamente humana, temos de amar
muito a VERDADE, que é, de certo modo, um
valor sagrado e requer, portanto, que seja tratada com
respeito e amor. A VERDADE fica às vezes tão
obscurecida pelo pecado, pelas paixões e pelo materialismo
que, se não a amássemos, não nos seria possível
reconhecê-la. É muito fácil aceitar a mentira quando
vem em ajuda da preguiça, da vaidade, da sensualidade e do
falso prestígio!
Jesus Cristo ama tanto a VERDADE que declarou
a respeito de si mesmo: Eu sou a verdade
(Jo 14, 6). O Demônio é mentiroso e pai da mentira
(Jo 8, 44), tudo o que o Demônio promete é
falso. Jesus pedirá ao Pai para os seus, para nós, que
sejamos santificados na verdade (Jo 17, 17).
Não poderemos ser bons católicos se não houver
sinceridade conosco próprios, com Deus e com os outros.
A SINCERIDADE CONOSCO próprios leva-nos a
reconhecer as nossas faltas sem dissimulá-las, sem procurar
falsas justificações; faz-nos estar sempre alerta diante da
tentação de FABRICAR a verdade, de pretender
que seja verdade aquilo que nos convém, como é o caso
daqueles que pretendem enganarem-se a si próprios dizendo
que, para eles, não é pecado isto ou aquilo que é proibido
pela Lei de Deus: “Ser sinceros só em horas convencionais
é mediocridade!”
(Pe. Orlando Gambi).
A pessoa que não vive essa SINCERIDADE radical
deforma com facilidade a sua consciência e chega à cegueira
interior a respeito das coisas de Deus.
Outro modo frequente de nos enganarmos é não querer chegar
às consequências da VERDADE para não ter que
enfrentá-las ou para não dizer toda a VERDADE.
Para sermos SINCEROS, o primeiro meio
que temos de empregar é a ORAÇÃO: pedir a Deus
que nos ajude a ver os erros, os defeitos do caráter..., que
nos dê fortaleza para reconhecê-los como tais, e valentia
para pedir ajuda e lutar.
Em segundo lugar, o EXAME de
CONSCIÊNCIA diário, breve, mas eficaz, para nos
conhecermos.
Em terceiro lugar, a CONFISSÃO,
abrindo de verdade a alma, dizendo toda a verdade, com
desejo de que conheçam a nossa intimidade para que nos
possam ajudar no nosso caminho para Deus.
Se afastarmos esse Demônio mudo com a ajuda da
graça, verificaremos que os frutos imediatos da
SINCERIDADE são a alegria e a
paz da alma.
SINCEROS
com DEUS, conosco próprios e com os
outros. Se não o formos com Deus, não poderemos
amá-lO nem servi-lO; se não o formos conosco próprios,
não poderemos ter uma consciência bem formada, que ame o bem
e rejeite o mal; se não o formos com os outros, a
convivência tornar-se-á impossível e não agradaremos a Deus:
“Um ambiente em que não se sabe que terreno se está pisando,
em que é preciso adivinhar sempre segundas intenções, em que
só o esperto é que singra (navega), torna-se
irrespirável, um verdadeiro inferno”
(Pe. Francisco Faus).
As pessoas que nos rodeiam devem saber que somos pessoas
VERDADEIRAS, que nunca MENTEM ou
ENGANAM. A nossa palavra de católicos deve ter um
grande valor diante dos outros: Dizei sim se for sim;
não se for não, pois tudo o que passa disso vem do Maligno
(Mt 5, 37).
O amor à VERDADE há de levar-nos também a não
fazer juízos precipitados, baseados numa informação
superficial sobre as pessoas.
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